Furtos amarelos


'Cansei de me verem e não me verem
Cansei de ver e não tocar
Cansei de sentir e não gritar
Cansei de falar e ninguém me ouvir

Cansei de ouvir a música e não dançar
Cansei de cheirar e não provar
Cansei, cansei, cansei...

Cansei de estar cansada
Vidros embaciados contudo vejo tanta coisa através deles
Tão nítido tão claro, mas não me vem
Enclausurada, mas oiço
Corações aflitos, ansiosos

Consigo expressar uma imensa paz
Debaixo de um grito constante, segundo a segundo

Cansei de sorrir quando por dentro choro
Cansei de ter que me erguer a cada minuto,
Pelos outros, por mim, quando de verdade
Quero me afundar num poço escuro

Cansei de ser o ombro quando só quero ser a lágrima
Cansei de ser a mão que impede de caírem no precipício.
Quando eu quero subir montanhas e me atirar
Não antes de sentir e gritar "estou viva, existo"!

Cansei desta palavra
Fartei-me...'

[Encontrado algures nos devaneios bloggueiros. Aplausos para o autor].

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