Respostas

Ontem passei por uma banca de livros, uma mini feira dentro de um shopping. Parei, estive ali algum tempo a olhar para eles, a tocá-los, nunca lhes resisto. Segui, directa ao meu destino, mas na ida para casa, voltei a passar por eles e tive que fazer mais uma paragem. Foi aí que encontrei o Livro das Respostas. Recordei as tardes de compras, quando eu e as miudas ainda morávamos no bairro amarelo, em que pegávamos no livro e nos riamos com as mais estúpidas perguntas e as repostas que nos estavam destinadas. Se não gostávamos do "destino" continuavamos a folhear o livro até aparecer uma frase que fizesse sentido na nossa cabeça. Não queriamos ficar com más repostas! Assim não valia, claro, não eram assim as regras, mas era assim que nós faziamos. Ontem peguei no livro com apenas um objectivo, desafiar a vida e os sinais que me anda a dar. Desafiar as coincidências. Desafiar o certo, o incerto. Desafiar respostas...
Peguei no livro, iria abri-lo uma única vez, não haveria segunda oportunidade, não quando o obejctivo era um dasafio à normalidade. Não havia também outra pergunta a fazer. Era apenas aquela, sem medos, sem rodeios. Sem ver, percorri o livro, com a minha mão direita, até sentir onde o devia abrir. Era ali. Não houve dúvidas.

Abri e li a resposta que me estava destinada... "Pode ter deliciosamente a certeza."
Inicialmente pensei "Deliciosamente?! Só podem estar a brincar comigo!!!"
Fechei o livro. A certeza já eu a tinha, nem era preciso perguntar. Incrível é que aquele livro também soubesse.