Dias que marcam

Era noite de festa na minha terra. Fui acordada durante a noite, o meu pai embrulhou-me numa manta, pegou em mim ao colo, levou-me para o carro. Confusa, ainda meia a dormir, não percebia bem o que se estava a passar. Tinham rebentado as águas à minha mãe...
Lembro-me de estar no Hospital, sentada com o meu pai, ansiosa por ter notícias, ansiosa por saber se ia ter uma irmã ou um irmão, mas, ao mesmo tempo, sempre serena, "como uma senhora", como os meus pais costumam dizer sempre que se referem a mim na infância.
A coisa estava demorada... O bébé não deu a volta, teve que nascer de cesariana.
O médico apareceu, dirigiu-se ao meu pai, deu-lhe os parabéns. Tinha corrido tudo bem. Era uma menina! Outra menina! Fiquei muito feliz, ia ter com quem brincar.
Apesar de eu também ainda ser muito pequenina queria tratar da minha irmã, queria ser eu a fazer-lhe as coisas. Adorava pegar nela! Era quase que uma boneca para mim.
A minha irmã agora é grande. E é grande em muitos sentidos... Em algumas coisas é já maior do que eu. Ao mesmo tempo, pra mim, é ainda pequenina. Por vezes apetece-me pegar nela ao colo, sentir que a estou a proteger, tal como na primeira vez em que eu a tive nos braços.
Eu tinha apenas 4 anos mas lembro-me bem do dia em que ela nasceu... Faz amanhã anos.

3 Vizinho(s) mais amarelo(s):

CITRA disse...

Parabéns à tua irmã e à tua mãe que afinal de contas foi quem teve o trabalho todo :)

M. disse...

E o Pai? O pai também teve grande responsabilidade... :)

Anónimo disse...

Parabéns à mana. Beijinhos