Fim-de-semana dos sentidos



Ele cantarolava a música que saia das colunas, batia com os dedos no volante marcando o compasso, ao mesmo tempo que ia prestando atenção à estrada. Ela, de vidro aberto, cabelo a esvoaçar com o vento, ia olhando para ele e sorrindo, feliz por estarem juntos. Ao longo da viagem foram desenrolando conversas sem parar, como sempre acontecia. Aquele era um raro momento de liberdade. Um momento dedicado às coisas boas da vida. um momento dedicado aos sentimentos. Tinham marcado a viagem meio ano antes e tinha sido difícil esperar por aquele dia em que, finalmente, iriam passar um fim-de-semana só os dois. O fim-de-semana dos sentidos. Sintra fora o destino escolhido, por ela. Romântico, surpreendente, mágico, não havia lugar melhor para viver momentos que se adivinhavam intensos. O compromisso era partilhar tudo: carro, experiências, mesa, conversas, cama. Desde que fosse ele a conduzir!
(...)
Os cantos e os recantos da serra guardam agora novos segredos. As ruas de Sintra estão carregadas de mais mistério. Ninguém soube onde estiveram, ninguém soube o que fizeram, nem o que sentiram... só eles os dois.
(Regresso ao futuro)

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