Aqui


Esta distãncia é tão difícil de suportar...
É como se estivessemos sempre num local inseguro, frágil. Sente-se medo de cair, medo de que algum fenómeno exterior venha dar um abanão e que o que nos sustenta, caia, como um castelo de cartas destruido pelo vento. Agarras-te com força a mim, eu agarro-me com força a ti e ficamos assim num abraço constante, dia a dia, sem olhar para o precipício que nos rodeia. Por vezes tenho que fechar os olhos para não ver, tenho que fazer de conta que não sinto o vento a envolver-nos, a rodear-nos, a querer abalar o noso abraço. Mesmo nessas alturas eu esboço um sorriso, solto palavras de coragem, mostro-me forte. Não quero aumentar a tua insegurança com a minha.
Sem nos mexer, tentamos ficar calmos, serenos, confiantes no que sentimos, no que queremos, confiantes na pedra que nos segura, que esperamos que fique cada vez mais forte...
Sei que ainda podem vir por aí muitas tempestades, mas é aqui neste sítio que eu quero estar, ainda que ele seja frágil. É aqui, neste lugar inseguro que encontro a minha segurança. Sinto-me bem aqui, nos teus braços.
(Está quase!)

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