Um bilhete para a Freakolandia II

OK… Guilty! Confesso que ainda ia no táxi a caminho da estação e já me estava a rir sozinha a imaginar mais uma viagem de comboio e a tentar antever o “duque” que me ia sair do baralho desta vez. E nem foi preciso entrar no comboio para testar as minhas especulações. Foi mesmo à entrada da estação e ainda nas portas rolantes que fui abordada por um pacóvio com uma espécie de bíblia na mão e que repetia uma lenga-lenga qualquer a tentar converter-me para uma seita esquisita que nunca ouvi falar. Apesar da minha indiferença e desinteresse, insistiu acompanhar-me até ao comboio, proferindo o seu sermão que me passou completamente ao lado, porque estava concentrada em olhar para a cara do moçoilo, que febrilmente defendia a sua causa perdida, com uma expressão verdadeiramente hilariante, do género: ”Depois não digas que não te avisei quando derreteres no inferno". Ai, que medo (not)!!
"Pois bem, mais uma viagem, mais uma voltinha pela freakolandia." Pensei eu, e não é preconceito, juro que não. Lá me sentei, ainda com um sorriso ridículo na cara, e suspirei de alívio ao pensar que a minha dose de imbecilidade já tinha passado por hoje. Wrong!
Não é que o comboio teve uma AVARIA! Só me faltava essa! Bem, já dizia o meu amigo Murphy: "Acontecimentos infelizes ocorrem sempre em série”, não havia outro remédio se não esperar, esperar e esperar... porque é que, quando isto acontece, não calha de estarmos ao lado de um adónis jeitosinho, ehn?! Ao menos podemos entreter as vistas e, até quem sabe, falar sobre o tempo ou a avaria que são óptimos desbloqueadores de conversa. Grrrrr …Sorte! Depois de 1 hora e 43 minutos e após muitos suspiros e muitos ais... Às páginas tantas, levanta-se um artolas que começa a agredir a porta do comboio pronto para saltar. Pensei eu cá para mim: mas esta abécula passou-se, será uma crise de claustrofobia?! Mas não, pelos vistos foi apenas uma crise de “idioto-fobia” e nem a mãe do "Pica-chu" ficou imune às obscenidades proferidas, coitada. Esta valentia gerou um motim entre os restantes artolas do comboio e foi preciso intervenção do “pica-chu” para acalmar os génios mais acesos. Digno de uma bulha só em pleno Bolhão. Hilariante q.b. Ainda deu para dar umas boas risadas á custa de tal sandice.
Quem disse que andar de comboio é entediante?! Not me.

Só me sai duques e cenas tristes II

a bibendum

2 Vizinho(s) mais amarelo(s):

margarida disse...

Pois eu quando vou à cidade, à rua X, já sei que o pseudo-ex-toxicodependente estará de serviço. Fala, fala, ouve 57 "não obrigada, desculpe" e ainda assim não desiste.
No fim, pede um aperto de mão! É triste.

Carla Oliveira disse...

Essas coisas fazem parte do cartão de visita da CP! Já devias saber isso! Lolol! Hilariante foi quando a mulherzinha caiu para a linha do comboio e vem o marido, que em vez de a ajudar e estar procupado com ela, bradava aos altos ventos que exigia saber quem é que lhe tinha dado autorização pra sair do hospital!!!
Demais!!!